O roto rouba do esfarrapado
que procura razão no desajustado
que quer vida do quase morto
O rico indica o jardineiro ao amigo milionário
O viciado consegue 10 paus do bêbado
que viu o garçom dar um cigarro ao garoto pra mais uma bola
sai correndo e em meia hora volta pra pedir mais cigarro
A mulher na Rebouças toma mais uma multa por velocidade
o pedinte marca o lavador de vidro que xinga o motoqueiro
a prostituta expulsa a novata no ponto da avenida
o fissurado leva o solitário pra uma carreira no centro
o empresário fecha mais um negócio milionário
chama o helicóptero e a esposa pra o fim de semana em Ilhabela.
Fábio Abramo
segunda-feira, 16 de novembro de 2009
Nas entrelinhas
Está nos lábios, nos sonhos, nos medos
Vejo nos gestos, nos olhares, os egos
O grito liberta, o silêncio diz, as costas viram...
Olhar PRA FRENTE !
Se percebe na voz, no trejeito, o foco em algo
Passado e o futuro ali, detalhados, nas entrelinhas
A estrada a ser percorrida já estendida á sua frente
Onde pedras, buracos, imagens, pessoas passam
Contam a história de infinitas formas diferentes
Cada uma traz uma verdade existente
Mil faces de uma mesma existência
Me divido entre o sonho e o chão
A noite e o dia
O ontem e o hoje
Entre a vida e a morte.
Fábio Abramo
Vejo nos gestos, nos olhares, os egos
O grito liberta, o silêncio diz, as costas viram...
Olhar PRA FRENTE !
Se percebe na voz, no trejeito, o foco em algo
Passado e o futuro ali, detalhados, nas entrelinhas
A estrada a ser percorrida já estendida á sua frente
Onde pedras, buracos, imagens, pessoas passam
Contam a história de infinitas formas diferentes
Cada uma traz uma verdade existente
Mil faces de uma mesma existência
Me divido entre o sonho e o chão
A noite e o dia
O ontem e o hoje
Entre a vida e a morte.
Fábio Abramo
sexta-feira, 6 de novembro de 2009
Crack: a situação está fora de controle.
Em um único dia, acompanhando o infernal mundo do crack e seus efeitos sobre a população de rua. Inacreditável, contei 35 brigas, parte em discussões verbais, parte em agressões físicas. Brigas fortes, algumas de tirar sangue. É preocupante, pelo menos metade delas podia ter chegado ao homicídio. O que seria, indiscutivelmente, mais um massacre.Quando a cidade fecha pelas ruas do centro, aos fins de semana, em plena luz do dia, insurgem em estado de zumbis, completamente transformados e transtornados. Principalmente na região da Luz, mas não é só.O que outrora era termo pejorativo agora é fato, realmente a Cracolândia existe, hoje espalhada pelo país afora. Está tudo fora de controle.A incidência do vício entre os moradores de rua, é disparadamente maior, o grau de vulnerabilidade da rua não pode mais ser considerado médio como se faz nas conferências municipal, estadual e, principalmente, nacional de assistência social.A segurança pública falhou, mas é também um caso de saúde. No caso dos moradores de rua, é resultante das falhas de tudo, de todas as políticas existentes e até da falta de afeto. O ponto alto porém é a falta de perspectivas.Na caminhada que fiz entre os craqueiros, encontrei pessoas amigas, muita gente que reconhecemos e tantas outras que nos conhecem. O motivo, o mesmo, perderam as esperanças na vida, não aguentam mais discussões e debates e ações paliativas vadevindas de todas as partes.Poder público, movimentos sociais, defensores de direitos humanos, polícia, guarda municipal, a sociedade num todo. Tem que mudar os modos de discutir os problemas, as questões, debate por debate, troca de ofensas, acusações e desmentidos, não funcionam mais. As pessoas estão cansadas, os moradores de rua estão saturados e não aguentam mais tanto bate rebate.Essa droga empesteada, ta destruindo o Brasil, ta destruindo o Rio de Janeiro e vai avassalar São Paulo feito um tornado.
Sebastião Nicomedes
Sebastião Nicomedes
Pandora
A caixa de Pandora abriu e dela escapou algo que não sabemos se é bom ou ruim.
A Praça Roosevelt tornou-se um pequeno teatro de poses e posturas tão pequenamente burguesas. Onde estão seus moradores, visionários, etílicos, vizinhos, sedentos que admiram os que olham com sede e fome? Fome de vida, de pessoas , de lugares, coisas e sensações. Meu medo é que tudo isso vire uma grande vitrine de shopping. Aliás, odeio shopping.
Os que tentam fazer higiene social em nossa cidade são os que têm as mãos mais sujas.
Pedrão Guimarães
A Praça Roosevelt tornou-se um pequeno teatro de poses e posturas tão pequenamente burguesas. Onde estão seus moradores, visionários, etílicos, vizinhos, sedentos que admiram os que olham com sede e fome? Fome de vida, de pessoas , de lugares, coisas e sensações. Meu medo é que tudo isso vire uma grande vitrine de shopping. Aliás, odeio shopping.
Os que tentam fazer higiene social em nossa cidade são os que têm as mãos mais sujas.
Pedrão Guimarães
quinta-feira, 5 de novembro de 2009
Um farol em alto mar
Sou sentinela gentil,
Esperando o que há de vir.
Na guarida do destino
Sou menino, mal nasci.
Sou sentinela gentil,
à espera de um navio
Vindo dos mares do espaço,
Onde algum sargaço
Existiu.
Sopu sentinela gentil
À procura de um amor
Pra esquentar
Quando há frio!
Sou sentinela gentil,
Em busca de um porto seguro,
Cansado de andar no escuro,
Que chorou muito
E pouco riu!
Sou sentinela gentil,
Querendo sair do covil,
Ouvir aquilo que não ouviu
E ver quem nunca viu!
Sou sentinela gentil,
Montado em corcel aredio
AQue empinande um modo Bravio
E dá coices não lá tão macios.
Sou sentinala gentil
A me acompanhar uma estrela sutil.
No céu só tem sentimento
Quem sentiu
a chegada de um novo alvorecer.
Alvaro Canu
Esperando o que há de vir.
Na guarida do destino
Sou menino, mal nasci.
Sou sentinela gentil,
à espera de um navio
Vindo dos mares do espaço,
Onde algum sargaço
Existiu.
Sopu sentinela gentil
À procura de um amor
Pra esquentar
Quando há frio!
Sou sentinela gentil,
Em busca de um porto seguro,
Cansado de andar no escuro,
Que chorou muito
E pouco riu!
Sou sentinela gentil,
Querendo sair do covil,
Ouvir aquilo que não ouviu
E ver quem nunca viu!
Sou sentinela gentil,
Montado em corcel aredio
AQue empinande um modo Bravio
E dá coices não lá tão macios.
Sou sentinala gentil
A me acompanhar uma estrela sutil.
No céu só tem sentimento
Quem sentiu
a chegada de um novo alvorecer.
Alvaro Canu
Assinar:
Postagens (Atom)